terça-feira, 16 de maio de 2017

Show me the money #4 - Desempregada e agora?

Questão da: Mariana Rodrigues
"Sou leitora assídua do seu blog. Trabalhei 12 anos numa empresa de seguros que fechou recentemente. Sou formada em economia, e estou desempregada. Nunca pensei que isto de facto me acontecesse. Achamos sempre que é uma hipótese para 'um dia'... mas bateu-me à porta. Ao contrario da leitora do post de ontem [SMTM# 3 de 5 de maio], eu não só, não sei fazer bolos, como não tenho nenhum plano B ao qual me possa dedicar.
Qual o plano para delinear uma estratégia para encontrar uma nova fonte de rendimento?"

Mariana, esquece os bolos, please!
O que funciona para uma pessoa não funciona para todas. Além disso, se todos os desempregados se pusessem a fazer bolos, entraríamos numa concorrência tão perfeita, que todos estariam a vender o seu bolo, sem qualquer margem para se manterem no mercado...não ia resultar.
Tens 2 caminhos: ou o que achas que te vai tornar rica, e então deves procurar um nicho que ainda não esteja preenchido por nenhuma oferta e começar a explorá-lo; ou então, apostar em algo que gostas muito ou és muito boa a fazer e começar a abrir caminho (criar mercado).
Há algumas regras que há que ter em atenção:

1º Se fizeres o que gostas, não terás de trabalhar

Ou seja, posso mandar-te criar minhocas, porque há imenso mercado. Mas se não gostares de pecuária, ou de minhocas, vais "meter-te em trabalhos" e será pior do que trabalhar numa seguradora!
Por isso, e sabendo que ser empreendedora só resulta com paixão e com muita dedicação (leia-se, horas), pensa em algo que realmente te entusiasme....se não gostas de criancinhas não abras um infantário (se quiseres, investe num; mas que não seja um "próprio emprego");

2º Distingue o negócio do Hobby

Por muito que gostes de fazer algo, e vamos assumir que gostas imenso de moda, não abras uma loja multi-marca de luxo, só para teres acesso às malas mais baratas e para teres acesso às primeiras da coleção. Um negócio tem de ser sustentável (ou seja, tem que se sustentar a si próprio, e sustentar-te a ti). Senão, não é um negócio. É um hobby.

3º Satisfaz uma necessidade

Mais do que criar ou vender um produto/serviço que já existe, satisfaz uma necessidade que esteja por satisfazer.
Seja uma necessidade já existente, ou uma que seja criada (ex.: o smartphone criou uma necessidade: até aparecer o primeiro, ninguém precisava de tirar fotos com o telemóvel, ou aceder à internet!!).
Ou seja, não vendas um produto/serviço - resolve um problema. Se o fizeres, terás mercado garantido.

4º USP ou Unique Selling Proposition

É o que as escolas de gestão adoram dizer (do género de palavreado médico, só para os outros não entenderem), mas que não quer dizer mais do que Vantagem Única Competitiva - ou seja: que seja algo diferente e difícil de replicar pela concorrência.
Caso contrário, ou não tens sucesso e acaba aqui a história, ou se tens sucesso a tua ideia vai ser tão repentinamente copiada que vais entrar mais uma vez em concorrência com meio mundo e ser esmagada por um concorrente mais forte....e acaba aqui a história. 
Por isso, sê diferente. Sê melhor!

Ideias de negócios que são promissoras?...amanhã eu digo!!!!

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Hermès no 13º Business for Luxury Summit do Financial Times em Lisboa

Não tive oportunidade de estar na conferência do Financial Times aqui em Lisboa "Business for Luxury Summit"...mas confesso que gostava de ter estado...
Fica aqui o testemunho de Axel Dumas, CEO da Hermès!
Umas lições de Marketing de quem não tem Departamento de Marketing.

Hermès: A marca sem departamento de marketing que inventou a lista de espera

(in Dinheiro Vivo)


sexta-feira, 5 de maio de 2017

Show me the money #3 - O meu negócio do Rissol

Questão da: Maria do Rosário Almeida
"Tenho um emprego considerado protocularmente correcto, mas por vários motivos já não me confere o estimulo remuneratório que ambiciono. Depois de ler o seu blog, ponderei investir num plano B: um pequeno negocio de doces, visto que sou optima doceira. Partilhei a ideia com uma amiga, enquanto tomávamos um chá acompanhado por um dos meus bolos 'especialidade', sobre o qual ela acabara de elogiar. E curiosamente não foi muito bem aceite. Aparentemente é mais bem visto ter um emprego 'comum' do que vender bolos! A critica insidia no facto de eu nao poder andar 'por aí a vender bolos'?! Como se fosse um trabalho menor. Os meus bolos são bons para tomar chá, mas não suficientemente bons para poder ganhar dinheiro?"

Pois Maria do Rosário, a tua amiga tem razão...ou quase!
A parte em que não concordo com ela é a parte do negócio próprio ter menos estatuto que o emprego "protocolarmente correto". A verdade é que com o crescente modismo do empreendedorismo, as coisas têm mudado um bocado. No entanto, tenho que admitir que ainda está enraizada a ideia que todos os negócios que crias é ser merceeiro ou ter um café e trabalhar que nem uma louca...

A questão passa muito pela forma como te posicionas. Se leste o post sobre Outras Formas de ganhar dinheiro, compreendes o que quero dizer com isto.
E não tem a ver com a comparação com o teu atual emprego. Tem a ver como te posicionas perante o teu negócio, seja ele de doces, de salgados, artesanato ou cascas de cebolas!
Se fizeres algo complementarmente ao emprego, nas horas vagas, quando der, será sempre um Biscate. E desculpa, mas não é glamoroso. Pode ser uma fonte de rendimento, sim, mas não te garante a tranquilidade financeira que podes desejar.
Se o teu negócio for posicionado como uma forma de obter rendimento, criarás uma micro-empresa. No entanto, se tiver centrada em ti e depender de ti para tudo, serás mais uma das 70% das micro-empresas que há por cá a lutar diariamente para pagar taxas, taxinha, inspeções e inspeçõezinhas e tentar sobreviver mês após mês...e mais uma vez desculpa, mas também não te enriquece nem é glamoroso!
Se transformares essa tua ideia numa empresa e tornares-te Empresária, com uma estrutura que te permita fazeres da empresa o que achas que deve ser, se começar a crescer, começas a libertar-te da dependência do Estado, dos fornecedores e a focares-te nos clientes, nos funcionários, no produto e finalmente no lucro, começa a ter interesse e a ser um pouco mais glamoroso.
E atenção....não tem a ver se estás a começar ou se ainda és pequenina (lembra-te quem nasceu para lagartixa não chega a jacaré) - há empresas que nascem globais - tem a ver como te posicionas e como posicionas o teu negócio.
Pode (e deve) dar-te independência e muito glamour!


Envia as tuas questões para chicemilionaria@gmail.com

quinta-feira, 4 de maio de 2017

O on-line é uma opção para o luxo?

Muitas empreendedoras optam pelas vendas on-line por ter uma estrutura mais barata.
O hábito de comprar on-line foi exponenciado por marcas como a Amazon. O hábito de comprar on-line está disseminado principalmente entre as gerações mais jovens e em países do centro-norte da Europa e nos EUA.

Portugal, como bom aluno em todas as disciplinas, aqui também não é exceção e vai aumentando a sua fatia de vendas on-line.
Atualmente ainda muito centralizado nas gerações (tal como no início aconteceu em outros países), em que os jovens não se importam de comprar sapatos que ficam justos e com displicência devolvem, e conciliam horários com os da transportadora. Com o mesmo entusiasmo com que dizem que têm dois prazeres - no momento da compra e no momento em que recebem a encomenda pela transportadora!
Mas, e o luxo?
Até há um par de anos, as marcas de luxo estavam relutantes em ter lojas on-line e vender on-line. Hoje em dia a postura é diferente e até há novos modelos de negócio no setor do luxo como o caso da Tamara Mellon, co-fundadora da Jimmy Choo. Coleções relâmpago e sempre a mudar a oferta - tudo muito imediato...
A Bain & Co fez um estudo para a Farfetch para avaliar o potencial do mercado on-line do luxo. Calcula que atualmente o on-line é responsável por 8% das vendas de luxo e prevê que chegue aos 25% já em 2025.
Não nos podemos esquecer que em 2025 as gerações Y (Millennials) e Z vão ser cerca de 2/5 do mercado. Estas são as gerações com o tecnológico na ponta dos dedos. E não podemos esquecer as gerações X e Babyboomers contagiados pela onda tecnológica!

Mas mais do que uma loja on-line, o questionário, feito a 2.000 americanos revelou que 70% das compras de luxo foi influenciada por alguma iteração on-line.

É altura para as marcas terem presente a nova tendência e o novo tipo de consumidor. Mais atento, com informação sobre o real valor do produto. Contrapõe-se o facto de as gerações mais novas estarem tendencialmente a gastar mais do seu orçamento com experiências do que com bens.
Há que fomentar a experiência da compra!
Por isso, on-line deixou de ser a solução de recurso e baratuxa para artigos locais e artesanato. Passou a ser uma necessidade em todos os mercados e principalmente nas marcas de luxo que se querem (continuar a) afirmar num futuro muito próximo.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Show me the money #2 - Multinível ou esquema em pirâmide?

Questão da: Alice Freitas
"Estou interessada em participar numa rede multi-nível, mas tenho medo que seja um Ponzi. Como posso esclarecer isso?"

Estamos a falar de coisas diferentes, Uma rede multinível tem por objetivo a venda direta de produtos ao consumidor. O que me consigo lembrar mais antigo são as vendas da Tupperware, ou mais recentemente a Oriflame ou a Mary Kay. No fundo são um conjunto de vendedores que vendem diretamente os seus produtos à sua rede de conhecidos. Podem formar uma equipa de vendedores, mas o principal mecanismo é o processo de venda direta. Como não há tantos intermediários, as margens são maiores e permite o pagamento de uma comissão mais ou menos simpática ao vendedor. Mas é isso, são vendedores.
Estes negócios têm a vantagem de não ter praticamente investimento nenhum, não exige infraestrutura, geralmente têm formação. Enfim, um negócio para complementar um trabalho a tempo inteiro ou para uma necessidade em caso de desemprego.

O esquema Ponzi (como chamas) ou em pirâmide não é legal e podes ter problemas com isso. O grande objetivo é entrar na rede, geralmente a troco de algum dinheiro, e a grande diferença é que o objetivo não é a venda direta, mas sim a angariação de outros membros para a pirâmide. A "remuneração" é baseada em angariações para a rede e não em vendas. Muitas vezes não existe a venda de qualquer produto ou quando existe tem um custo muito acima do mercado. A formação foca-se na captação de novos membros.

Por isso, informa-te sobre a empresa e analisa o modelo de negócio que tem!

terça-feira, 2 de maio de 2017

Simplesmente estratégia - até o impossível se consegue!

Um velho tinha um jardim, do qual tinha muito orgulho. Cultivava-o normalmente com a ajuda do filho, pois o jardim era grande e ele já estava muito cansado para cuidar dele sozinho.

Este ano, o filho tinha sido preso, e ele estava muito triste por não poder cultivar o jardim.
Resolveu escrever ao filho a desculpar-se por não conseguir manter a "tradição familiar" agora que estava sozinho:

"Querido filho, espero que te encontres bem. Este ano não vou conseguir cultivar o nosso jardim. Já estou velho e cansado, pelo que terei de mantê-lo como está. Até à próxima, o teu pai!"

O filho respondeu:

"Querido pai, ainda bem que resolveste não cavar o jardim. Por favor, não lhe toques porque foi no jardim que escondi os corpos. Até à próxima!"

No dia seguinte um grupo da polícia foi ao jardim à busca dos corpos de que o filho falava na carta e revolveram toda a terra do jardim. O pai foi ter com o filho a contar o sucedido. O filho virou-se para o pai e disse:

"Pai, agora que o trabalho mais pesado está feito, podes continuar a cultivar o nosso jardim!" .

Nunca tomes nenhuma tarefa como impossível. Por vezes uma simples estratégia é o suficiente e nem sempre o caminho mais óbvio é o mais fácil!

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Ficar rico, a jogar no Euromilhões

Quem me conhece sabe que eu não jogo a dinheiro.
Porquê? porque considero que quando "ponho" dinheiro em alguma coisa, é para sair com mais dinheiro do que entrei!
A história de "a casa ganha sempre" também é verdade no Euromilhões e na Raspadinha.
Às vezes a brincar com os meus amigos digo que hei-de ganhar o Euromilhões sem jogar. Porquê? Porque a probabilidade de me sair o Euromilhões jogando é semelhante à probabilidade de encontrar um bilhete premiado perdido no chão!
O que estou a dizer não é nenhuma novidade para ninguém. No entanto, as pessoas jogam. E jogam cada vez mais. O fenómeno da Raspadinha então tem sido inacreditável (já para não falar no Placard e nos jogos de apostas on-line).

Hoje de manhã, estava a tomar café e uma senhora comprou €10 em Raspadinhas.
Fiquei com "pele de galinha". Ao vê-la a raspar desenfreadamente, meti conversa com ela!...costuma jogar regularmente, mas a própria admite que nunca teve um grande prémio...uma vez ganhou o suficiente para ir jantar fora com a família, mas que os prémios pequenos, volta a jogar imediatamente.

Não há racional nisto?

Claro que que há. A senhora raspa euforicamente e aquilo dá-lhe prazer. É emocionante, acredita e sente-se poderosa. A senhora paga €10 por uma dose de descarga diária de endorfina!
Ela nunca ficará rica com a Raspadinha (e ela tem consciência disso). E as hipóteses de ficar rica com qualquer outro jogo de azar são mínimas.
Jogar é o mesmo que ir à farmácia...só que não faz mal à saúde.
Agora, isto não é investimento, nem tão pouco especulação.
Já pensaste porque é que se chamam jogos de azar?